Minha irmã quando se chega
À beira da minha cama
E me encontra adormecido
Me fita absorta e branda
Chora gotas de saudades
Minha presença reclama
Desce um lençol de carinho
Estica, alisa e espana
Do jeito que minha mãe
Aprendeu com minha nona
Mas de repente do tempo
Vem um rancor que emana
Qualquer caso incompreendido
Que a memória proclama
E ela explode no sonho
Como a fogueira que inflama
Me ataca com sua fúria
E me agride com gana
Me liquida impiedosa
Como quem pega e esgana
Me destrincha nervo a nervo
Como uma águia insana
Me devota ódio intenso
Não de inimigo, de mana
E ao me ver agonizantge
Se vê casta, chora e clama
E vai buscar no passado
Lembrança que nos irmana
| tudo isso acontece
| com minha irmã
| que me ama (3x)
Composição: Vicente Barreto e Luís Nassif