Me falta coragem todo dia
durmo bem, sem pensar
sem notar a própria covardia
não sei se sou
há melhores por aí
não tenho peito nem pra desistir
Me pego escapando com frequência
me distraio ao pensar
ao sentir no ar a incoerência
daqui de onde eu tô
sinto o tempo correr
me sinto ficando pra trás, tentando não me perder
Sei, não somos mais que meros grãos de sal
e que a terra em que piso devora tudo no final
às vezes o sonho me abre uma fresta
percebo o buraco no chão e a forma da vida que é mesmo um borrão
Me falta coragem todo dia
durmo bem, sem pensar
sem notar a própria covardia
não sei se sou
há melhores por aí
não tenho peito nem pra desistir
Já que eu sou feito de terra viva
Queimo tudo que toco, é de lava minha saliva
às vezes o sonho me abre uma fresta
percebo o buraco no chão e a forma da vida que é mesmo um borrão