De repente ouviu-se o som do tambor
Parecia que o mundo iria girar
Feito a saia daquela morena faceira
Que encantava a todos naquele lugar
Eram preces, louvores, batuques aos santos
Ritos de uma senzala que ao se libertar
Mostrou para todos no meio do mundo
Que esse tempo, é o tempo de fé e de louvar
E o batuque rolando no meio da rua
Vejo o povo feliz seguindo a cantar
Esperança nos olhos, paz e sorrisos
E a força divina que vem do rio-mar
Soava o batuque
Em minh'alma e na sua
Se é sonho
Não quero nunca acordar
Quero mais a inocência de uma menina
E a força divina que vem do cantar
E a força divina desse lugar
E a força divina que vem do rio-mar
De repente cerrou-se o som do tambor
E o mundo em resposta parou de girar
Vi a tristeza no rosto daquela morena
Olhos rasos d'água se pôs a dançar
Ressoou o batuque no meio do mundo
Descortinando o céu revelando o luar
E o canto novo que vem da floresta
E as mãos calejadas ainda a batucar