Dizem que há muitos anos atrás
Num lugar existia um sujeito
Era um velho e tinha três filhos
Um era nó cego os dois eram direito
Como era apegado ao dinheiro
Reuniu os filhos e o trato foi feito
Quando a morte vier me buscar
Um tanto em dinheiro vocês vão me dar
Eu quero levar ao derradeiro leito
Certo dia o velho adoeceu
Durou pouco e tão logo se foi
Os dois filhos que eram direito
Para arranjar dinheiro venderam seus bois
O nó cego foi dando um jeitinho
De passar a unha na grana dos dois
Sobre as mãos do velho no caixão
Cada um dos dois colocou um milhão
O nó cego disse: Eu coloco depois
Já pertinho da hora do enterro
O nó cego falou aos irmãos
Pois eu acho que não vai dar certo
Nosso pai levar dinheiro no caixão
Alguém pode ver ele saindo
Com esse pacote de notas nas mãos
Meu cheque é de três milhões e pouco
O que vocês deram eu pego de troco
Assim eu evito atrair o ladrão
Sepultaram o corpo do velho
Num buraco bastante profundo
O nó cego ficou satisfeito por ter
Conseguido enganar todo mundo
Quando foi pelas tantas da noite
O velho voltou e falou num “segundo”
No inferno abri uma poupança
Passe o dinheiro senão você dança
O diabo não quis o seu cheque sem fundo
Composição: Marco Violeiro / Cleiton Torres