Esta história começou assim
De repente, como muitas
Jeff nunca soube se nasceu
Ou foi botado
Seus pais muito cedo o abandonaram
Neste mundo só
Jeff logo fez deste mundo sua casa
Brilho no asfalto molhado
Reflete um rosto fechado
Melhor ser violento pra sobreviver
Jeff tentou ser gente, arrumou trabalho
Mas como prosseguir?
Estava difícil ser alguém nessa nossa sociedade
Engolir toda injustiça, desigualdade, ficar calado
Quando no silêncio, um grito soa alto, forte e dentro
Bem um cara como Jeff
Crê que a gente está aqui
Pra sentir aquele grande bem, de estar bem
Jeff achou melhor viajar, muito louco
Sair deste país
Ajuntou tudo o que tinha, uma mochila
Uma gaita, um violão
Jeff andou pelas ruas frias
Das noites quentes de Amsterdã
Pra amortecer a sua dor, tomou todas e mais algumas
Mas o fim de toda droga é um profundo abismo negro
Jeff se fechou pra vida se esconder
Mas pra onde ir, se só conheço esse planeta?
Fugir de todos, das pessoas e de mim mesmo
Dar um tempo, natureza, quem saber entender
Chuva, lua, vento, pedra, sol e as estrelas
Jeff em suas andanças e muitas entransas
Tudo curtiu e tudo viu
A todos perguntou onde a busca termina
Num dia, talvez nublado, na fuligem de São Paulo
Não foi uma nova emoção, ou fruto de religião
Olhando dentro de si, descobriu o doador da vida
Jeff agora toca numa banda de rock pra Jesus