Eu fui passar no lero-lero pra grelhar meu bife
Encontrei a Marinete toda de agasalho
Me chamou de mau caráter, cachorro, patife
Disse que minha carta está fora do seu baralho
Eu não sei qual o motivo dessa ignorância
Já que cedo eu lhe mostrei todo o meu apreço
Comprei carta de alforria da minha lambança
Num samba sincopado sem saber do preço
Ô, Marinete, esse seu tino cheio de rancores
Um dia ainda vira em morte matada
Você caminha a noite semeando amores
E colhe devaneios pela madrugada
Por conta de um vacilo etílico noturno
A algum carmim vermelho na manga da mão
Você declara guerra, põe farda e corturno
E sai mandando bala no meu coração
Ô, Marinete, deixa disso
Que eu esqueço o compromisso
Tomo um bom chá de sumiço
E volto logo pra São João