Foi dia desses, tive um sonho engraçado
que a gente era macaco em mato bom de se morar
e noite e dia não sentia nostalgia, a vida boa era macia
nada havia a reclamar
se eu me coçava, tu catava "meus piolho", que eu até virava o olho
era um chamego de invejar
e nossa sorte era só fazer filhote
escapar dum ou doutro bote
"comê, durmí, se amá"
de quando em quando enroscava numa briga
só pra vencer a fadiga de não ter do que falar
e, não se via nem sinal de internet
tv, garrafa pet, tetra pak, celular
não tinha shopping, banco, casta, calçamento
prédio feito de cimento, o aluguel pra arreliar
nessa harmonia, num havia necessidade
de fingir, fazer viagem, dar calote, se matar
e, eu acordei grudado na menina, sapecado
num estresse, mas, aquela nega tinha
um "chêro" bom da peste
me "tiro" dessa agonia, e fez "tremê" o quarto às sete
será que é justo pagar, a preço tão caro
só pra poder ter um claro quando a noite se encostar?
pra essas guariba, parecia tão mais fácil
resolver sem cambalacho, e não ter que se esfolar
parece estranho, mas diz que isso foi verdade
noutros tempos, noutra idade, até na escola ouvi falar
que "esses macaco" foram descobrindo "as coisa"
inventando roda, moda, até "fazê" se complicar