Retrato do Sertão (part. Johny e Junior) Bruno Valentte Nas horas meigas que o Sol se esconde
Por de trás das matas e grandes florestas
Muitos passarinhos que passam cantando
Unem suas vózes no som de uma orquestra
Ao longe se ouve o cantar da Araponga
Da Juriti e o Inhambu-Chitã
Este cenário que estou descrevendo
É o cair da tarde lá no meu sertão
O roceiro deixa a sua plantação
Volta pra paioça para descansar
Surge a soberana, rainha da noite
Enfeitando o céu com o seu luar
Num sono profundo a garça branca
Esconde seu bico debaixo das asas
Os mansos regatos descem borbulhando
Somente se ouve o borbulhar das águas
O lobo uivando e a coruja piando
A noite que chega numa sinfonia
O caboclo pega a sua viola
Canta uma oração, Ave Maria
Pequenas estrelas que surgem no céu
A noite negra veste o uniforme
Mas nada se ouve, mas nada se vê
Esse é o retrato do sertão que dorme