Entregue ao vício da pinga
José Batista Noronha
Perdeu tudo que ele tinha
Inclusive a vergonha
Abandonou sua esposa
Numa miséria medonha
Justo quando ela esperava
A visita da cegonha
Zé Noronha nunca mais
Quis voltar a sua aldeia
Vivia de bar em bar
E sempre de cara cheia
Além de não trabalhar
Vivendo às custas alheia
De vez em quando brigava
E pousava na cadeia
Dezoito anos passaram
Noronha correndo mundo
Deixando atrás de si
Um triste passar de mundo
Certo dia numa venda
Encontrou um tal Raimundo
Um mocinho malcriado
Arruaceiro e vagabundo
Noronha disse ao rapaz
Vou te dar uma lição
Se teu pai não te educou
Vou te dar educação
Mas o moço estava armado
E revidou a agressão
Noronha caiu de costas
Agonizando no chão
Noronha foi pro jazigo
Pra não voltar nunca mais
O moço foi pra cadeia
Tão logo de lá não sai
Só depois que estava preso
E através dos policiais
Raimundo ficou sabendo
Que matou seu próprio pai