Uns me chama de cabeça chata
Outros de baiano e de pau-de-arara
Outro dizem que eu sou candango
Pra vê se eu me zango
E gozar da minha cara
Me perguntaram se eu comprei o bonde
Que venderam ao mineiro
E quanto me custou
Eu respondi não me custou barato
Mais apareceu um pato
E pelo dobro me comprou
E esse pato que o dobro pelo bonde
Sei que não é pau-de-arara
Não é baiano, nem candango, nem mineiro
É um desses brasileiros que não vai com a minha cara
Barbaridade fala o gaúcho
O oxente é do nortista e disso não sai
O carioca não esquece oba
O paulista é ué e o mineiro é uai