Olhares espaciais farão a noite
A mesma triste agonia de um ser humano
Que arrasta o cobertor
E que quando chega o frio
Convive sozinho com sua própria dor
Ao olhar para o espaço
Vazio no seu coração
O homem entrega todos
Os seus poderes a Deus
E espera a morte chegar
A morte que o persegue
Dia-a-dia, que já lhe matou outras vezes
Mas não consegue parar
Disse o homem na corda bamba
Com sua triste vida
Sem saber em que acreditar
E é ele quem vos fala:
"Meu véi eu só tenho o que sou
E aceite-me, ou pelo menos
Me respeite."
Composição: Fernando Catatau