Meu Deus, que vida apertada
Trabalho não tenho nada
Vivo num martírio sem igual
A vida não tem encanto
Para quem padece tanto
Desse jeito eu acabo mal
Ser pobre não é defeito
Mas é infelicidade
Nem sequer tem o direito
De gozar a mocidade
Saio tarde do trabalho
Chego em casa semimorto
Pois enfrento uma estiva
Todo dia lá no cais do porto