Toda noite ele me aparece
Aquecendo minh’alma vazia
Vem sorrindo, me abraça, me beija
E conta as história do dia
Se espalha feliz em meu braços
Esquece a vida lá fora
Passa horas felizes comigo
Me dá uma flor e depois vai embora
Mas às vezes ele me procura
Cometendo as piores loucuras
Me ofendendo brigando comigo
Bastante nervoso, falando sozinho
E o que faz aumentar o meu desgosto
É a mágoa que vejo em seu rosto
Pois só eu é que sei a razão de tamanha explosão
Eu sou a outra, a segunda, a amante
Que ninguém perdoa
Mas não ligo pra isso
Sei que ele me ama
E doa a quem doa
Eu sou aquela que sofre calada um destino marcado
Mas sou eu, sempre eu que curo as feridas que ele arranja lá do outro lado
Eu sou a porta aberta, o elo perdido da sua engrenagem
Sua força invisível, o seu braço direito se lhe falta coragem
E enquanto ele parte curtindo os carinhos que eu sempre lhe dou
Eu fico sempre sozinha comendo do pão que o diabo amassou