Quando toco na viola
Lembro do velho Cartola
E do Nelson Cavaquinho
Gente que me deu escola
Desde o tempo da vitrola
Feito o surdo do Gordinho
Emoção dessas que a lágrima desce
Quando a inspiração
No coração aparece
E canta uma canção
Feito uma rosa que cresce
Nos jardins da nossa alma
Quando toco na viola
Fica bom bater uma bola
COm Ovídio do Pandeiro
A imaginação decola
Penso no Brasil de agora
Pensado por Darcy Ribeiro
Pataxós, negros, Tupis-Guaranis
Nas missas, nos ebós
Povos de vários perfis
Que deram para nós
A cara do nosso país
Pintada em seus 500 anos
Quando toco na viola
Essa herança quilombola
Me leva prá rodar o mundo
Levo dentro da sacola
Toda a minha curriola
Dos tempos do Pedro II
Viajar é semear a saudade
Prá depois voltar
E cheio de felicidade
Poder transformar
Sonhos em realidade
Combinados na partida