Posso antever, vejo acontecer
Mas não consigo resistir
Creio na ilusão, troco minha porção
Por lentilhas que eu bem quis
E o remorso vem, morre em mim também
A ousadia e o ardor
Foge-me a canção, tranco o coração
Nas celas do temor
Tento disfarçar, risos pelo ar
Mas meu semblante entrega
Temo me enxergar, ver que já não há
Nada do que eu antes era
E o acusador ri de cada dor
Perco a paz, a fé e o chão
Penso que é o fim, tudo que há em mim
É só escuridão
Mas tua graça alcança-me onde quer que eu for
Dissipa o breu e faz manhã
Traz vestes brancas de justiça, vinho novo de alegria
Esperança no amanhã
Quebra meu coração, reúne os cacos um a um
Forma um mosaico em teu louvor
Transforma pedra e pó em uma obra prima
Na imensidão do teu amor
Transforma pedra e pó em uma obra prima
Na imensidão do teu amor
E o que era pedra e pó agora é prova viva
Na imensidão do teu amor
Composição: Cláudio Sant'Ana