há vaga demais no mundo pra quem vive de pastar
a vaca sabendo disso tratou logo de ensinar
a gaivota também gosta de cassar seus bichinhos
vive no lombo da vaca comendo carrapatinhos
há fome demais nesse mundo de meu DEUS
se observarmos direito há muito alimento
passando na linha vermelha vi uma imagem bela
a vaca e a gaivota pastando nas costas da favela
falta dissernimento em cada prato dessa escala
essa fome da favela é do tempo da senzala
olhar da comunidade é imbassado de colírio
tem sede de desigualdade e adora som de tiro
cria samba capoeira blus jazz jongo e carnaval
é vendido na feira que nem vaca no curral
é envolvido por dissípulos de opressão
queima no fogo desse inferno que nem larva de vulcão
a gaivota voa alto pra buscar seus bichinhos
a vaquinha vive pastando pra comer seu capinzinho
meu povo trabalha o tempo todo e vive a esperar
de conseguir devagarinho um pastinho pra pastar
a vaca pasta de lá e o povo pasta de cá
a vaca pasta de lá e o povo pasta de cá
vivendo na opressão sem ninguém pra amar
a vaca pasta de lá e o povo pasta de cá
a vaca pasta de lá e o povo pasta de cá
vivendo na opressão sem ninguém pra amar