Quando criança voava montado num alazão
Quem no galope o via
Na mesmo hora dizia
Nasceu pra ser campeão.
E o menino foi crescendo nas caatingas do sertão
Quebrando galhos no peito, pegando gado de mão.
Na vaquejada que foi
Pegou no rabo do boi
Deixou o bicho no chão
Ganhou dinheiro e fama nos anos em que foi vaqueiro
Se livrou de muito tombo, escapou de boi traiçoeiro
Festa que participou
Acredite locutor
Em todas foi o primeiro
Querido pelos mais velhos, adorado pelos moços
Conhecido no nordeste pela garra, fé e esforço
Mas o nó cego da paixão
Amarrou as suas mãos
Coração, pé e pescoço
Namoradas teve muitas em cada chão que pisou
Foi com a faixa da paixão que cada uma laçou
O sertanejo não mente
Ta germinada a semente
Que o boiadeiro plantou
Bom conquistador se envolve com mulher de fazendeiro
Dos coices que já levou esse foi o derradeiro
Se foi com pouca idade
Deixou retrato e saudade
E a historia de um vaqueiro
Se foi com pouca idade
Deixou retrato e saudade
E a historia de um vaqueiro
Cego de raiva, com ira, o fazendeiro atira
E quando o peão se vira, já não tem mais reação
As rédeas solta das mãos
É a historia escrita a fundo
Nem o homem maior do mundo
Se livrou da traição
Amigos homenageia quem foi grande companheiro
Mas o encanto de uma mulher lhe fez sair do roteiro
Se foi com pouca idade
Deixou retrato e saudade
E a historia de um vaqueiro
Composição: Jô Queiroz