O meu medo maior é que o espelho quebre
Não tenho a paciência de tempos atrás
Já tentei seduzir 300 mil mulheres
Mas sempre tive mil coisas à perguntar
Tentaram me enganar, o gato não é lebre
E nem todo soluço vai me engasgar e quando a coragem se transforma em medo
É sempre importante se reformular
Se antes me encantava com as suas teses
Hoje eu desprezo o seu linguajar
O meu medo maior é que o espelho quebre
Eu não quero dar azar
Eu já falei de amor, eu já quis ver a neve
Mas ontem tive febre só de me lembrar
Se não tiver comida eles te dão chiclete
Porquê a intenção sempre foi enganar
O meu desprezo fica pra quem não se atreve
E perde todo tempo só pra reclamar
Eu me decepciono que criança cresce
E perde a vontade de querer sonhar
O meu medo maior é que o espelho quebre
Meu medo maior é que o espelho quebre
Meu medo maior é que o espelho quebre
Eu não quero dar azar
E quanto tempo falta pra eu ver de novo
Toda crueldade de ontem à noite
Todas as mentiras, todo aquele jogo
E toda novidade do antigo açoite
Equilibrando lata em cima da cabeça
Em quantas cestas básicas vou confiar?
E fazem do meu sangue um licor de mesa
Dizendo que a nobreza talvez vá gostar
Ouvi as velhas vozes de pessoas presas
Pessoas que morreram pra tentar mudar
O meu medo maior é que o espelho quebre
Eu não quero dar azar
Ouviram do Ipiranga nas mentiras clássicas
Dos absurdos longos de se proclamar
E fica tudo às vezes meio sem sentido
Até o oprimido revolucionar
O meu medo maior é que o espelho quebre
Não tenho a paciência de tempos atrás
Rasguei a poesia a poesia com coisas bonitas
E disse a verdade doa a quem doer
Agora eu vou botar o dedo na ferida
E na bandeja várias coisas vou trazer
Cadê você e suas frases feitas
Que eu ficava bobo a lhe admira
Agora eu me importo, eu tô convencido
Os carros da campanha vão te atropelar
E não importa se todos estão perdidos
Eu não quero dar azar