Estava eu sozinho em minha solidão
Numa noite muito fria no sertão
Quando ouvi bater baixinho em minha janela
E pensei, é ela, é ela
Corri depressa para abrir a janela
Pois talvez fosse alguém que soubesse dela
Mas o que vi na escuridão sei que não esqueço jamais
Um velho corvo que dizia nunca mais
Agora sei que aquele corvo vai ficar
Na minha frente eternamente a me lembrar
Que o amor que foi embora foi levando a minha paz
E neste mundo já não volta nunca mais
E só me resta viver nesta escuridão
Que este agouro trouxe pro meu coração
Pois este corvo é a sombra dela que eu não verei jamais
Ave maldita tens razão, nunca mais
Nunca mais, nunca mais
Nunca mais, nunca mais