Nem as barreiras alfandegárias das Ilhas Canárias
Nem os canalhas dos mares de lá
Nem o exército eletrônico do general de palha
Vai fazer com que esqueçamos o que somos já
Nem os desejos analfabetos de um cirurgião dileto
Nem o concreto da Praça Central
Nem o fuzil, a mil, atirando contra o teto
Vai nos tirar debaixo do bem e de cima do mal
A vida que a gente leva
Que mais parece um arremedo
De enredo
De escola de samba
De grupo de acesso de riso
A brisa que a gente preza
Que mais parece um contrapeso coeso
Do triste cortejo
Da perda do dente do siso
Que mais parece uma colcha de retalhos
com otários no convés
de ímpares e pares
nas paredes dos mares