Se a vida é um rio que me leva para o mar
Nas águas das emoções, onde eu possa navegar
Navegar em tuas margens, em teu fluído de água e sal
Navegar em teus lençóis, nas marés deste quintal
Êê Camará, êê camará
Capoeira que não cai, não é bom capoeira
Só se aprende a se esquivar depois que toma uma rasteira
Êê Camará, êê camará
Nesse Rio que corre solto Feito o sangue do meu corpo
E quando a cachoeira à frente, ele aprende a voar
Nessas águas turbulentas garimpo minha calmaria
No olho o sal do mar, o ser do ar, o ser do ser
Êê camará, êê camará
No toque do berimbau do compasso dessa vida
Vivo como a regional, mas na angola sambo essa ginga
Numa margem brasa e dor
Na outra mel, e prazer
Mas o rio só corre solto
Seu destino é percorrer
Com a água em movimento
Desviando do que há
O rio nunca está lento nem tem pressa de chegar
Êê camará, êê camará
Mariana eu sou rio, de água doce vem limpar
Quando eu chegar a ser mar, vou pros braços de Yemanjá