Um mangaço aponta o rumo
E o potro se vai aos berros
O couro sai da soiteira
A braço e ponta de ferro
Meu mango de amançar louco
Já foi mal acostumado
Quando assovia no espaço
Sai lambendo pros dois lados
Eu me chamo rasga diabo
E a fronteira é meu rincao
E o potro que me conhece
Vem comer na minha mão
Não sou de fazer floreio
Com beiçudo desbocado
E o quero-quero no braço
Muito já tem me ajudado
Eu amanço os mau costeado
Mas sou tachado de mau
Pois eu largoa matungada
Carijó de tanto pau
Eu me chamo rasga diabo
A sorte se traz de berço
E a coragem a gente aranja
Quando o potro sai arcado
Com o lombo que é uma laranja
As esporas dão dentada
Já desde o primeiro pulo
Fui feito pros aporreados
E cavalo eu não adulo
Eu me chamo rasga diabo
Quando me encontro no lombo
Eu bato espora e soiteira
E o meu mango cruza mais
Que tesoura de benzedeira
Já montei no outro lado
Nas criolla já fiz fama
E até os paisano já sabem
Que eu sou cria de santana
Eu me chamo rasga diabo