Olhe minhas mãos estão tão frias
Castigadas pela noite passada
Tal como o meu coração
A minha alma estraçalhada por morar nas calçadas
Quem é a minha mãe
Que me deixou num desses becos com lixo nas calçadas
Eu valho de alguma droga
Pra suportar minha dor e esquecer quem eu sou
E nesse piso molhado sinto a força
Do inferno me puxando pra baixo
No desespero eu gritei pelas ruas
Me leve pra casa me leve pra casa
Muita gente aqui passa me lançam uma moeda
Acham que isso só basta
A esperança que eu tinha investi numa pedra
Que até hoje me traga
Agora a fome me arrasa mas amanhã
Isso passa amanhã isso passa
Sob o céu existe um corpo
Aqui que não imune a dor
Que sente frio e desconhece o verdadeiro calor
Que adoece e não tem hospital
Frequentemente passa mal
Um ser humano somente sem nome nem digital