Vento do mar
Um incêndio no céu
Dura o tempo que dourava
Pode a primeira cidade mudar de ideia
O futuro sempre tarde
Dentro do Sol
No escuro se Deus
O motor da madrugada
Todas as portas que restam estão abertas
Todas as dúvidas seguem a se encontrar
E essa pergunta começa nas tuas veias
Segue a noite em revoada
Tudo se esvai
Num desejo qualquer
Um anseio sem morada
Mesmo em silêncio as cidades estão acesas
No espelho da lembrança
Pelos vitrais
Onde o tempo se vê
Um desenho se desata
Mesmo que a voz se disponha a mudar as pedras
Subitamente essa tarde vai descansar
E essa distância se escreve por sobre a Terra
No relevo da paisagem
Amanheceu
Quando alguém lhe procurava
Iluminar
Tudo aquilo que sonhara
Onde esquecer
Tanta vida adivinhada
Se revelar
No avesso das palavras
Perto do cais
Um deserto se fez
No sereno da viagem
Mesmo entre os dedos as cartas estão na mesa
Quando esse mesmo segredo se anunciar
Sombras e nuvens imensas rondam à espreita
A cidade iluminada
Amanheceu
Quando alguém lhe procurava
Iluminar
Tudo aquilo que sonhara
Onde esquecer
Tanta vida adivinhada
Se revelar
No avesso das palavras