Sempre que ponteio a minha viola
Faço questão de levantar nossa bandeira
Em homenagem aos caboclos do sertão
Que representam nossa classe violeira
Antigamente nem em sonho existia
Doutor formado professor de faculdade
Admitir ser filho do interior
Valorizar o matuto trabalhador
Que nunca teve expressão de liberdade
Hoje as canções falam por muitas pessoas
E eu me orgulho por ser assim desse jeito
Levanto historias de amor que ninguém contou
Sou feliz levando a vida com a viola no peito
Ai ai ai sou sertanejo e faço questão de falar
Tem gente que fala que eu sou bicho do mato
Mas no fundo seu desejo era de estar no meu lugar
-solo-
Antigamente eram chamados de caipira
A canção sertaneja não tinha valor
Com sua força rompeu todas as barreiras
Graças a Deus hoje não tem raça nem cor
Ate crianças hoje em rodas de viola
A gente vê por todo nosso país
Abrindo o coração e soltando a voz
Mantendo a tradição da nossa moda raiz
Feliz daqueles que tem o dom de cantar
De contemplar uma noite enluarada
De acordar ouvindo o toque de um berrante
E um carro de boi cantando na poeira da estrada
Ai ai ai a natureza é a minha inspiração
Esse poema eu fiz namorando a lua
E as estrelas representam cada violeiro bom