Era bem cedo, muito cedo, escuridão
O sino em bronze lá da igreja, o quintal
Aquela sombra inteira, a contra-mão
Dava pra ver logo o amanhecer
É mais um dia, o velho pé de romã
É mais um santo e nesse canto o verão
Um cego canta a cara da manhã
Recomeçar, de leve estremecer
Era e será, o dia vem
E a tarde até ‘noitecer
Mesmo assim vivo pensando
O que vai ser amanhã