Da janela vejo a vida passar
Levo ela pra ela não me levar
Vou sem pressa, sei aonde quero chegar
E as mazelas que me estressam servem pra me inspirar
Abraço a insônia, escrevo, varo as madruga
Preso na Babilônia traço planos de fuga
Mestre de cerimônia esquivando das sanguessugas
Só Deus pode julgar, mas por que todo mundo julga?
Ofensas não me abalam, elogios não me iludem
Ainda há esperança de que algumas coisas mudem
Entre tantas verdades, até sábios se confundem
Esperando ser salvos, querendo que outros afundem
Tempos de pouco amor e muita religião
Hipócritas dizendo serem donos da razão
Desequilibrados entre ela e a emoção
Não percebem que a fé carece de um pouco de ação
Vou seguindo na missão, Deus ajuda quem trabalha
Esquivo dos vacilão que avacalha e atrapalha
Dos canalha invejosão
que querem que eu jogue a toalha
Não entendem ser campeão
é mais do que ganhar batalha
Da janela vejo a vida passar
Levo ela pra ela não me levar
Vou sem pressa, sei aonde quero chegar
E as mazelas que me estressam servem pra me inspirar
Se o din só vem se eu cantar frevo
mesmo assim não me atrevo
Seguir moda não devo, dou valor pro que escrevo
Talvez fosse pior se tudo fosse mais fácil
Se o berço fosse de ouro
se a herança fosse um palácio
Talvez seja melhor ser assim tão difícil
Pra valorizar a glória sem esquecer do início
Continuo acreditando que tudo pode mudar
Nem que seja devagar, o mundo vai melhorar
Por mais que haja motivos, não adianta chorar
É melhor ser positivo e seguir a caminhar
Sou grato aos que cantaram o que eu precisava ouvir
E o mínimo a se fazer é cantar pra me redimir
Pra inspirar quem escuta e na luta não desistir!
Agradecer e louvar a dádiva de existir
Mais uma noite se vai e ainda não dormi nada
Tava aqui escrevendo esses versos de madrugada
Da janela vejo a vida passar
Levo ela pra ela não me levar
Vou sem pressa, sei aonde quero chegar
E as mazelas que me estressam servem pra me inspirar