Meu sertão querido, estou muito distante
Da sua beleza e da simplicidade
Troquei uma vida de paz e amor
Por esta agitada aqui da cidade
Deixei-te um dia em busca do sucesso
Mas hoje confesso com sinceridade
Agradeço a Deus, estou realizado
Mas o meu passado, oh! meu Deus que saudade
Onde estão agora os meus amiguinhos
Que em nossa infância a gente brincava
Maria de Lourdes, Fátima e Terezinha
As namoradinhas que tanto me amavam
Domingo à tardinha mamãe me levava
Pra ver a imagem da Virgem Maria
Eles assistia suas orações
Uma santa ouvindo o que a outra dizia
Recordo as lavouras que papai plantava
E as belas fazendas de gado nelore
O monjolo velho na beira do rio
De tanto arrepio a saudade me dói
A lagoa verde no fundo da mata
A lua de prata na imensidão
Que saudade imensa do cantar saudoso
Do jaó manhoso em tardes de verão
De madrugadinha o rei do terreiro
Abria a garganta no imenso quintal
O cantar dos pássaros na alvorada
O gado berrando no grande curral
Meu Deus que saudade dos campos floridos
Da paineira velha na beira da estrada
Na curva do rio a ponte de madeira
E a cachoeira de águas prateadas
Se pudesse agora voltaria à infância
E como criança brincar no jardim
Viver bem juntinho de mamãe querida
A dor tão doída não doía assim
Hoje tão distante faço esta homenagem
Daquelas paragens onde me criei
Adeus companheiros e terra querida
Pois sei que na vida nunca esquecerei