E esse rock amador, regressivo
Resultado de uma vida noveleira
E esses versos sempre iguais
Escrachados num refrão da mais medíocre das besteiras
O que eu quero é sentir mais emoções
Nesta jaula de animais fanfarrões
Destroem os fortes para ter com os covardes
E nos deixam às escuras, sem perdão
E essa vida tão global, tão ligada
E desligada de quem não tem outra escolha
Nas esquinas, nos faróis
As crianças se divertem com os seus jogos realistas
E essas páginas sempre iguais
Mentirosas e desleais
Com a leveza de um furacão
Não diferem moral de razão
E essa vida tão só
E esses homens sem dó
Fazem do dever o seu cajado
Na corrida por honrar o patrão
E essa música ralé
Não duvida, não critica os que ainda assim têm fé
Os caminhos vão além
Muito além do que se pensa
Pois no mal também há bem
Vou viver pra sempre louco a cantar
Pelas ruas moribundas pairar
O burguês ou o pracinha, o proletário
Vão cumprir o seu dever sempre igual
Sempre igual
Sempre igual