Há de fazer crer ser pouco
ter meu mundo ao teu colo
E dizer, já quase rouco
das coisas todas do teu corpo
Que no escopo dessa trama
valha, mais que a pele, o toque
Nada mais importe, o medo, a dor
Enfim, a morte
Ah, se eu morro nos teus braços
me sinto um semideus no Olimpo
peço a Zeus: me deserdar, mudar, de vez, pro teu
Deixa o tempo vir dizer
Quanto, quanto dele, em você, existe
Quanto, quanto, quanto vale o quanto choras, quando triste?
Até quando e quanto mais, até que não hesites?
Quanto, quanto, quanto? E quanto a mim?
(Ah, e o que dizer de toda paz que ela me traz?
Mais que o não-respirar - que é, só você, motivo
pode se aferir: enquanto ele te fere, eu quase, quase, quase vivo.)
Deixa o tempo vir dizer
Quanto, quanto dele, em você, existe
Quanto, quanto, quanto vale o quanto choras, quando triste?
Até quando e quanto mais, até que não hesites?
Quanto, quanto, quanto? E quanto a mim?
Deixa que eu vou te dizer
Quanto vale o amor de uma mulher depois que tira a roupa?
Tem prazo de validade, tudo que é sem densidade
Ser louco por ti já prova de sanidade
(às vezes chego a cogitar pensar, e quase concluir achar
talvez nem dê para notar: você mexe comigo.)