Talvez eu devesse escrever um poema
Que relatasse agora o meu problema
Quem poderia ler meus versos?
Quem escalaria blocos submersos?
Talvez eu devesse morar num castelo
Piso branco, sol azul, céu amarelo
Quem seriam meus convidados?
Por quanto tempo, seremos enganados?
Talvez eu devesse explodir um congresso
E alegar que foi pela ordem e progresso
Será que juntos conseguiremos?
Será sinal do final dos tempos?
Talvez eu devesse esculpir um monumento
Que assumisse a forma do meu pensamento
Por que sua face expressa solidão?
Já que ele não tem coração!
A guerra é feita por essa razão
O amor não é o concreto da construção
Talvez eu devesse morrer
Ou até prolongar meu viver
Através dos séculos, meu nome atravessaria
Será que alguém lembraria da minha poesia?
A guerra é feita por essa razão
O amor não é o concreto da construção
Talvez eu devesse fazer o que não se fez
Talvez eu devesse nunca dizer talvez
Talvez eu devesse nunca dizer talvez
Talvez eu devesse nunca dizer talvez