Olá, há muito que não falamos
Queria saber como estás, e quais são os teus planos
Eu sinto saudades tuas, não sei se tu sentes minhas
Mas caga nisso, são só mais cenas minhas
Como tens andado? Tens sido feliz?
Espero que sim foi tudo o que sempre quis
E esse sorriso? Continua igual?
Lembro-me quando estavas comigo, esse sorriso era fatal
Aproxima-se o natal, vens a minha festa de anos?
Já sei que não, há muito que não nos damos
Onde vais estar na passagem de ano?
Vais passa-la comigo, como passámos há um ano?
Eu prometo que não bebo, e não me drogo
Vamos outra vez á janela ver o fogo
Como estão os teus sobrinhos? Teem falado de mim?
Eram os nossos meninos, queriamos ter um assim
Lembras-te... ?
Esta é a carta que eu nunca te escrevi
Então decidi cantá-la para te lembrares de mim
Porque eu morro, eu morro
De saudades do que eras para mim
Já não sei se sabes, mas moro no mesmo sitio
Estou a viver com o meu pai, como já te tinha dito
A minha vida é sempre igual, mas está tudo bem
A sara tem falado de ti, acho que também
Tem saudades tuas, quando ela cantava para ti?
Nunca te viu, mas pergunta muito por ti
Está enorme, está com cinco anos
E ficar longe dela não fazia parte dos planos
Mas e tu? Ainda estás com a tua mãe?
Ainda discutem muito? Ou já está tudo bem?
Tens tido alguém? Descansa podes dizer
Eu já me habituei, mas custa-me a crer
Diz-me a verdade... Tens estado bem?
Agazalha-te, tem estado frio ok?
Se não estiver tudo bem, pede um abraço meu
Porque tu sabes bem que tudo o que é meu é teu
Esta é a carta que eu nunca te escrevi
Então decidi cantá-la para te lembrares de mim
Porque eu morro, eu morro
De saudades do que eras para mim
Dei por mim, esta noite a sonhar
Nos momentos malucos que nos faziam brilhar
Ainda tens o que te dei, é triste mas sei
Que os guardavas no armário, e não mostravas a ninguém
Imaginei, que ia de novo acordar
Olhava para o lado? E tu ias lá estar
Recuava um ano, sem pensar duas vezes
E dava-te aquele filho que sonhamos tantas vezes
Ainda te lembras das tardes no teu quarto?
Com a tua sobrinha, e o thomás ao nosso lado
Aqueles filmes, jogos e brincadeiras
Tinhamos paciencia para os aturar, tardes inteiras
A nossa filha seria um clone da joana
E por falar nela? Diz-lhe que a tia a ama
Mesmo estando distantes? Eles são tão importantes
Diz ao thomás que um dia saimos como antes
Ele as minhas cavalitas, a joana ao teu colo
A tua mãe querida, essa mãe que adoro
E ao teu pai? Manda-lhe um grande beijo
Porque pensando que não, já há um ano que não o vejo
A tua familia, toda que adorei
E aturar o teu feitio? Foi curso que tirei
E com isto, acabo a minha carta
Eu não espero a resposta mas guarda
Esta é a carta que eu nunca te escrevi
Então decidi cantá-la para te lembrares de mim
Porque eu morro, eu morro
De saudades do que eras para mim