O que você faz escondido?
Bem onde eu tinha escolhido
Me acomodar e pensar
Sobre canções e felinos
Como não ser feliz ao ver?
Quando chama o anoitecer
Para cima dos telhados
Para caminhos não povoados
E livres
Das razões que não entendem
O prazer de subir arranhando uma parede
Vento, luar
Acariciam o estar
Sinuoso em frente a uma cidade carente
Como pode ser tão amoroso
E cruel em qualquer gesto?
Que não se importa com o outro
E de repente implora afeto
Quando basta qualquer caixa
Ou uma velha corda
São mais do que sobras
Restam universos
Livres
Das razões
Que acreditam ser exagero
Rolar ao chão, lamber os próprios pelos
Calor
E sol
Acariciam o estar
Preguiçoso em meio à cidade em desespero
Vento
Calor
Acariciar o luar
Ao sol de sinuosos olhos preguiçosos
Cidade carente
Prazer em arranhar suas paredes
Razões de pelos que deitam
e rolam sobre esse desespero