Já é madrugada e o sono não chega
Me viro na cama pra lá e pra cá
Fumo um cigarro e outro cigarro
Sentindo saudade no peito a queimar
Deito e me levanto, me levanto e deito
A noite pra mim é um martírio profundo
O cinzeiro cheio de cinza e bitucas
É a testemunha das noites de angustia
Que eu não consigo dormir um segundo
(Refrão)
As lágrimas roubam meu sono
No triste abandono do amor primeiro
Eu choro triste amargurado
Porque ao meu lado sobra um travesseiro
São noites de triste amargura
Só a desventura minha alma reclama
Sentindo a falta de alguém
Parece que tem espinho na cama
Sentindo a falta de alguém
Parece que tem espinho na cama
Meu bem eu queria que você voltasse ao menos pra buscar
Alguns objetos que na despedida você não levou
Um batom usado caído no canto da penteadeira
Um vestido velho cheio de poeira
Jogado no quarto com marcas de amor
(Refrão)
Vestido de seda o seu manequim também te deixou
Ai no cantinho não tem mais valor
Se não tem aquela que tanto te usou
Eu também não passo de um trapo humano sem minha querida
Usado e jogado num canto da vida
Não sei o que faço sem meu grande amor
Eu já nem acendo a luz do meu quarto quando vou deitar
Porque no escuro não vejo no espelho meus olhos chorando
Não vou na cozinha pra não ver dois copos vazios na mesa
Fazendo lembrar com tanta tristeza
Da última noite que nós nos amamos
(Refrão)