Eu deito meu olhar na tua pele branda
O teu colo branco invade o meu pensar
Me ponho a navegar na tua carne doce
Penso então se fosse meu teu suspirar
Nesse instante eu um homem já formado
Sou refém, sou sequestrado
Desmontado em pleno bar
Açoitado pelo véu dessa presença
Tão solene quanto densa a me hipnotizar
Desfaço ao orbitar os teus olhos negros
Poço dos apelos, donos do lugar
Escapo a divagar o teu lábio grosso
Desço teu pescoço em pleno mergulhar
Meu instinto tonto, tão desnorteado
Desfalece arrebatado, louco só de imaginar
Os segredos desce alguém que acende o dia
E transforma em poesia um simples respirar