Em uma estrada corroída pelos anos
Estrada velha encoberta pelo pó
Toque as boiadas e os velhos carros de bois
Do chão vermelho extraíram sem ter dó
Lá vai um velho cabisbaixo recordando
Belos momentos que ficaram para trás
Coisas que a vida já lhe deu e lhe roubou
Os velhos tempos que não volta nunca mais
Estrada de pó do pó magoado
Moído e formado dos sonhos de alguém
Que só tem na vida saudade e tristeza
Lamento e certeza de ser pó também
Há muito tempo num passado bem distante
Quando o sertão era só matas fechadas
Aquele velho muito jovem ali chegou
E com esforço ele abriu aquela estrada
Hoje velhinho ele chora recordando
Quantas viagens por ali ele já deu
Quantas boiadas conduziu naquela estrada
Já foram tantas, ele até já se esqueceu
Estrada de pó do pó magoado
Moído e formado dos sonhos de alguém
Que só tem na vida saudade e tristeza
Lamento e certeza de ser pó também
Porém agora com a grande evolução
E o progresso que aumenta dia a dia
Aquela estrada igual sonhos de um velho
Irá morrer pra passar uma rodovia
E eu também sem querer choro a saudade
Daqueles tempos que passou e longe vai
Eu também sofro com o pranto do velhinho
Porque aquele pobre velho é meu pai
Estrada de pó do pó magoado
Moído e formado dos sonhos de alguém
Que só tem na vida saudade e tristeza
Lamento e certeza de ser pó também