Num ranchinho de sapé
Na cabeceira de um rio
Morava um assaltante
Que da cadeia fugiu
Com a esposa e um filhinho
Se esconder conseguiu
Mas seu filho adoeceu
Em uma noite de frio
À procura de socorro
Pela estrada ele partiu
De repente um automóvel
Viu sair de um desvio
Saltou na frente do carro
Sua viagem impediu
Dizendo, é um assalto
De arma em punho investiu
Deixando o motorista
Naquele lugar sombrio
Em busca de um doutor
Com o carro ele sumiu
Bateu em um consultório
A empregada abriu
Perguntou pelo doutor
Ela disse, ele saiu
Só depois de duas horas
Que o doutor ali surgiu
Para salvar o seu filho
Em desespero pediu
Naquele mesmo automóvel
Com ele o doutor seguiu
Quando chegaram em casa
Sem vida o filho ele viu
O doutor disse, a demora
Seu filho não resistiu
Em vez de ser assaltante
Vou ser sincero e gentil
Eu tinha salvado a vida
Do seu filho doentio
Sou quem você assaltou
O destino lhe traiu
Com esse golpe doído
No rosto o pranto caiu
A negra dor do remorso
Profundamente o feriu
Se apresentou à justiça
E a sua pena cumpriu
Hoje é um pobre coitado
Da vida desiludiu
A sua felicidade
Ele mesmo destruiu