A nossa caixa de lembranças está cheia
E só, o meu coração está vazio
Com toda essa incoerência da ilusão
Me sentindo atordoado com o calor do vosso frio
(Com o palor de tanto brio...)
Tudo é belo feito o roto
Tudo é mole feito o chão
É nesta quase branda alegria de viver
quando sentimos a falta, o tempo frio, a reclusão
(desta tormenta em paixão)
Eu não quero remoer
Eu não vim para me queixar
Suspiro as boas, serenas atitudes
Que nascem simples, tão singelas,
de algum amor. Quem o será?
Agora vós aparecestes no caminho
E quase tropecei na confusão
Vosso corpo em brasas, combustível fraternal
O fogo tosco, vasto, raso do instinto animal
(nosso desejo visceral)
O que o calor pode nos dar
O que o olhar criou no ar
Da inconsequência do momento libidez
É que colhemos o fruto do futuro desse par
(e o futuro desse par / é o que o presente vai nos dar)
(e o futuro desse par)
Que seja uma casinha numa prainha deserta
E outro filhinho para criar...