Em transparência e nulidade
Vou quase um vidro na cidade
E qualquer luminosidade
Não há de te fazer me ver
Nas minhas muitas tentativas
As meninas dos teus olhos
Foram como espelhos pra vampiro
Ou radar comum pra disco voador
Previsível,
Imperceptível,
Praticamente invisível, eu.
Antigamente eu dizia
Todos vão saber quem sou um dia
E hoje engulo a ironia
Espremido em um vagão
Do metrô
Despido de qualquer vontade
De saber se existo de
Verdade,
Vejo que minha identidade
São só os números do
Meu rg.
Previsível,
Imperceptível,
Praticamente invisível, eu.