Pensando em meu futuro
Vou voltar pro interior
Vou comprar um sitiozinho
Vou ser mais um lavrador
Quero ver sorrisos largos
Já me cansei de caretas
Quero plantar e colher
A minha própria colheita
Quero carregar nos ombros
Tudo que colher do chão
Quero pôr em minha mesa
Meu arroz e meu feijão
Quero levantar cedinho
Só pra ver o sol nascer
Dar bom dia ao meu vizinho
Que acabei de conhecer
Desejar-lhe um novo dia
Cheio de saúde e paz
E sentir que me desejas
O mesmo ou talvez mais
Quero ver meus irmãozinhos
Rolando pelo chão
Presente da natureza
Meus irmãos do coração
Quero pisar com os pés nus
A lama que a chuva faz
Quero ordenhar a vaquinha
Que eu comprei do seu Tomaz
Alisar meu pangaré
Sem pose e sem medalha
Bom no arado e bom de sela
E aos domingos lá na raia
Quero olhar o galinheiro
E ver meu galo contente
Vendo seus filhos nascendo
Sob a luz do oriente
E o gemido do porquinho
Enroscado no portão
Sua mãe desesperada
Fucinhando pelo chão
O meu cachorro latindo
Me dizendo sim ou não
Ele sabe que é hora
De ganhar a refeição
Lá no rancho mamãezinha
Na mais fiel devoção
Põe a mesa pro jantar
Solvejando esta canção
Obrigado, obrigado Senhor
Por ouvir o que pedi
Obrigado, obrigado Senhor
Por estar vivendo aqui
Obrigado, obrigado Senhor
Por ouvir o que pedi
Obrigado, obrigado Senhor
Por estar vivendo aqui