Arriei meu macho por nome Cismado
Arreio moderno todo prateado
Meu trinta na cinta, cano niquelado
Cinturão de bala pra deixar forgado
Joguei meu burrão num passo picado
Em cidade grande e nos povoado
Para onde eu vou têm me perguntado
Vou pra Mato Grosso chão abençoado
Lá em Uberaba tive um mês parado
Mostrei minha graça de lidar com gado
Lá eu dei laçadas de olho fechado
Veio um fazendeiro e me chamou de lado
Eu quero você pra meu empregado
Eu falei, desculpa e muito obrigado
Eu sigo viagem de plano traçado
Vou pra Mato Grosso chão abençoado
Nasci no sertão, já fui do pesado
Trabalhei na foice e também no machado
Gosto da chilena no sapateado
Também sou violeiro de verso dobrado
Lá em Mato Grosso já fui informado
Que o povo gosta é de rasqueado
Eu levo meu pinho pra cantar chorado
Vou pra Mato Grosso chão abençoado
Passei telegrama e mandei recado
Lá naquelas terra estou sendo esperado
Por um fazendeiro e ser contratado
Pra amansar uma tropa com bão ordenado
Viverei contente no solo sagrado
Da moça bonita vou ser namorado
Eu sou carinhoso sei fazer agrado
Viva Mato Grosso chão abençoado
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)