João
Morre em sonhos alados
Traz os olhos molhados
Tem silêncio por dentro
Mas diz tanta coisa pra não demonstrar
O João que se mata
Vivendo de amor
Pedindo uma esmola
Fazendo favor
Que vende uma escada
E compra uma esteira
E deita na praia e na companheira
Mas que se arrepende no dia seguinte
Perante os amigos na mesa de um bar
E é tão conhecido esse tipo de gente
O João do ambiente que quer agradar
Traz as mãos estendidas
Em meus braços cortados
Tem a alma criança
Mas pinta no rosto a imagem de um rei
João que se faz do que ainda não fez
Mas não tem coragem de ser de uma vez
Que sobe na escada e pisa na esteira
E compra uma praia e a companheira
João, está na hora
Resolve depressa
Que o amor vai embora
E te deixa na mão
Fora da verdade
Longe do perdão