Naquela hora azulada
De quase o Sol lumiar
Vi que um clarão me alumbrava
Do olho sem candiar
Vinha da ponta de pedra
Que adorava do mar
Era uma moça encantada
Tinha um espelho na mão
Um diadema de prata
Pedras azuis no cordão
Cabelo verde ondeado
A meio palmo do chão
Correu um gelo na espinha
Bateu espanto no olhar
Pelos marujos do porto
Já tinha ouvido falar
Que aquela imagem bonita
Era de dona Iemanjá
Quando os meus olhos cravaram
Nos olhos da aparição
Senti meu peito afundando
Dentro da rebentação
E ela virando a rainha
Do mar do meu coração