E ninguém ousa saber o que passa dentro da minha mente
Sempre os velhos papos
"estudar pra ser alguém lá na frente"
Por isso me bate essa revolta comumente, de repente
Quem foi que disse a vocês que eu não sou gente?
Mesmo que não aparente, o moleque tá carente
Mentes obscuras vocês nunca tão cientes
Dizem que é frescura, nunca são clarividentes
Tá tranquilo, deus e os raps são os confidentes!
Vou fugir pro exército, não por patente
Sou novo, mas desde pequeno criado pra ser sobrevivente
Na selva de fogo ardente, pra vocês eu sou demente
Doente, deprimente, me tratarem como inocente
Antes que lamentem
Livre escolha pra todos independente de ser experiente
Experimentem, por que o que falo e penso é transcendente
Velocidade, raridade, no estilo estrela cadente
Seu filho mente, mas não por maldade
Inteligente, prudente, maloqueiro buscando a maturidade
Pra seguir o que foi traçado
Esqueçam a idade, vejam a mente de um filho revoltado
Eu sei que a perna é menor do que o passo
Mas se a imaginação dá asas, agora o que é que eu faço?
Vou voar é claro, além desse mundão
Porque o que me move não é perna é batida do coração
{bis}
Meus pensamentos e ideais são construtivos
E sonhos que na verdade não passam de meros objetivos
Que serão cumpridos, tipo meta de louco andarilho
Vocês erraram, mas o erro não foi o seu filho
Que por sinal, tá cada vez mais só
Por causa do que "cês" falam fazendo o convívio ficar pior
Parece que não tem a consciência
Mesmo a mínima atitude
vai ter que arcar com as consequências
Ditado diz: "pariu mateu que balance"
Mas deixem fazer o que quero, se tá dentro do meu alcance
Se cansem de carregar meu peso em cima de seus ombros
Tipo andar de bicicleta, num aprendi sem levar tombo
Não faço gesto na face, nem me assombro
Faço tipo ave que renasce debaixo dos escombros
Dos destroços, se quero é por que posso
Porque pra ser dono do meu nariz
eu nunca vou medir esforços
É imoral? vejam o nível mental com calma
O espiritual, porque a força vem da alma
Sem aula me sinto preso numa jaula que perpetua
Me tornei homem na escola, mas na escola da rua
A senhora dizia: "pare pra escutar"
Rico tem quase tudo, pra isso basta ele piscar
E o pobre estupefato a olhar
Tendo que se foder até pra chegar em nenhum lugar
Então deixa quebrar a cara, só pra provar
Porque mesmo que eu não aguente
deus nos seus braços vai me levar
Eu sei que as vezes vou além do imaginário
Mas se eu for embora só ore, to recusando o escapulário
Eu sei que a perna é menor do que o passo
Mas se a imaginação dá asas, agora o que é que eu faço?
Vou voar é claro, além desse mundão
Porque o que me move não é perna é batida do coração
{bis}
Desculpa mãe, se o olho lacrimejou
Pai perdoa, se não sou o que o senhor sonhou
Sei que emocionou ouvir o que disse agora
Cheguei pra cumprir o ditado
"mãe não vê quando filho chora"