Dá licença de contar
No raiar dessa manhã
Que essa gente feliz: É Adoniran!
Na passarela, o povo diz no pé!
Nós vai sambando até quando Deus quiser
Acorde, foi dizendo o cavaquinho
Uma prova de carinho
Tá gravada nesse chão
Desperto no romper da madrugada
Abraçando a batucada, saudade vou cantar
Botei torresmo no verso, na contramão o amor
Fiz da miséria poema, se alembra disso Doutor?
As amizade deu samba e numa cena cruel
Saudosa maloca virou arranha-céu
Levei frechada do olhar, chorei no pé do fogão
Vi o progresso chegar, sem dó nem educação
A vida é dura, mas a rima é sempre boa
Em cada canto dessa terra da garoa
E, além disso, tem outra coisa, meu bem
Às onze parte meu trem nos trilhos da inspiração
Rumo à esperança onde nasce o carnaval
Berço de nossas tradições
Dragões, amanheço em teus braços
Eternizando os nossos laços
Adeus, escola! Eu vou me embora
Mas meu nome vai ficar
Feito uma brasa que jamais se apagará