Um quarto de despejo
Alto da Maré
Entre a perversidade e a traição
Uma canção
O dorso da favela imita uma feição de humanidade
Mas no instante em que amanhece esconde o Mangue
O cadafalso é uma ilha
Morro do Timbau
Baixa do Sapateiro em pleno Rio de Janeiro
Faz de longe imaginar
Um Almirante Negro
Vendo Luz del Fuego em Paquetá
E brilha a Guanabara
Corpo de lamê
Os diques de águas turvas do Irã que vêm boiar
O píer Nova Holanda é o Golfo do Timbó
Imensidade
Vem do povo da Formiga ao Morro Querosene
Imenso esqueleto
Vasto areal
Pinheiro, Rubens Vaz
Homenageio a misse da favela
Morro do Araxá
E da Linha Vermelha eu vejo o meu Galeão passar
Quanta gente na expansão do manguezal
Rio quintal do mundo
Canto esse município de agora
Guadalupe, Brás
Simbora, Jacarepaguá
Mar de maré cheia
Marielle, irmão
Sebastião sem Leme
Tuiuti de cinema estrangeiro
Favelado batuqueiro
Vai mandar cair
Ah!
Nas ruas da memória eu ouço o meu Rio
Meus tempos de Olaria, Marechal e Acari
Garoto, Bossa Nova
Enfrento os hip hops do São Jorge
Pixinguinha ameniza
E a Baraúna toca no Marapendi
O baile principal
Marcha dos marinheiros
Presidente Vensceslau
Agora o barco vai singrar
Na rua Horizonte-Mar
Que o choro enredo vai entrar