Hei, hei, hei, hei boi
A muito tempo parou de carrear
Hei, hei, hei, hei
Você chorou ao partir pra não voltar
Quem não conhece um terreiro de fazenda
E uma moenda tremular nas madrugadas
Quem não conhece um carro de boi cantando
E a boiada carreira gritando nas quebradas
Pobre boiada trabalhou a vida inteira
E o patrão não deu descanso nenhum dia
Pobre boiada nunca recebeu salário
Ganhou a morte como aposentadoria
Pobre boiada foi escrava a vida inteira
E pra cidade foi presa sem saber
Desde o palácio até a casa de favela
Em cada mesa hás um pedaço de você!