Andava descontente, sem pra onde ir
Carie em seus dentes, o chão para dormir
O sol lhe dava luz
A água era quando chovia
Não tinha nada no mundo
Nem a vida lhe servia
Seu cheiro era azedo
Algo podre, podridão
Ele era o mais pobre daquela região
Um dia resolveu fazer tudo diferente
Chegou, fazia poesias quando o sinal tava vermelho
Ganhava uim troco, com seus versos e conselhos
E metade do que tinha, guardava pra investir
Numa carreira única, algo que lhe dava
Sustentabilidade e nisso ele estudava
Um dia esse mendigo deixou de ser o pobre
Suas poesias e conselhos eram lidas pelos nobres
Num livro publicado, ele se destacou
Como o conselheiro das ruas
Mendigo não ficou
Hoje tem fazenda, tem motel e tem Ap
Sua história é ouvida e lida, por mim e por você