Ednardo
Meu violão é um cavalo
Bicho afoito, livre e ligeiro
Meu violão é um cavalo
Bicho afoito, livre e ligeiro
Sem rédea, sem eira, nem beira, nem cela
Meu companheiro, só te conquiste aquele
Que no galope das cantigas
Usa o chicote dos versos
Abrindo claro caminho
Pro homem, seu passageiro
Quando monto teu pelo nu
E me agarro em tuas crinas
Quando monto teu pelo nu
E me agarro em tuas crinas
Sou ponta furando a vida
E por ser a que vai na frente
É a primeira a se gastar
Mas todo entrave é o atrito
Onde novamente a ponta da faca vai se afiar
Sou cantador de um incêndio maior que o fogo do sol
Sou cantador desse incêndio maior que o fogo do sol
Porque transformo e transmito
Qualquer dor que me deixa
Um travo amargo, a voz rouca
Toda a paixão que devora
Minha emoção como louca
Toda alegria que abre um largo riso em minha boca
Num instante uma cantiga
Sou cantador dos açudes, dos rios e oceanos
Percorro a terra e os ares
Sem ter o rumo traçado
Qual feito nuvem cigana
Ferro com minha palavra violão e cantoria
A vida e seus desenganos
Ferro com minha palavra violão e cantoria
A vida e seus desenganos