Mão esquerda sobre o rosto, vai
Dormindo o resto de sono, vai
Sufocado em um vagão de trem
Lá se vai joão
Lá se vai joão ninguém
Mão direita pé de apoio, vai
Aspirando essa fumaça, vai
Nessa estrada, nesse vai e vem
Lá se vai joão
Lá se vai joão ninguém
Pega a ferramenta e cumpre a sua sina
De trabalhar dobrado pra sobrar pro pão
De ir fazer promessa à virgem maria
Com a roupa domingueira paga à prestação
De investir o ódio que apura na vida
De sufocar a mágoa em seu coração
De se fartar de belos sonhos, ilusões
Lá se vai joão
Lá se vai joão
Lá se vai joão
Lá se vai joão
Lá se vai joão
João ninguém
Sob outro joão que se julga alguém
Mão esquerda sobre o rosto, vai
Mão direita pé de apoio, vai
Nessa estrada que não tem mais fim
E ninguém notou
Pois ninguém ta nem aí
Pega a ferramenta e cumpre a sua sina
Lá se vai joão